quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Incensos

Na descrição do trilho do Monte Brasil, vinha a passagem por uma mata de incensos, o que muito nos intrigou. Principalmente porque ao observar os ditos incensos não conseguimos fazer a sua associação com o incenso das igrejas. Nem no aspecto, nem no cheiro…


E há um motivo para isso. É que o incenso dos Açores é o:

“Pittosporum undulatum, conhecido pelo nome comum de pitósporo-ondulado, incenso ou faia-do-norte (Açores), é uma árvore que cresce até aos 15 m de altura (mesofanerófito), com folhas alongadas e onduladas nas margens (daí o epíteto específico undulatum), invasora em muitas regiões temperadas húmidas. É utilizado como abrigo, suportando bem as podas, e como ornamental já que as folhas lustrosas e perenes lhe dão uma particular beleza, a que se associa a flor de um odor agradável e perceptível a longa distância, embora apenas intenso durante a noite.

O Pittosporum undulatum é originário das áreas húmidas da costa oriental da Austrália, mas teve a sua área de implantação drasticamente expandida após a colonização europeia. É uma árvore de crescimento extremamente rápido, colonizando rapidamente áreas desflorestadas.”

Em “Wikipédia”

Enquanto o outro é o:

Olíbano, também conhecido como franquincenso, é uma resina aromática muito usada na perfumaria e fabricação de incensos. É obtido de árvores africanas e asiáticas do género Boswellia.

Seu nome franquincenso é provavelmente devido ao fato de ter sido reintroduzido na Europa pelos Francos, já olíbano é derivado do árabe al-lubán ("o leite"), em referência à seiva leitosa que sai ao golpear a árvore de olíbano.

O olíbano é usado generosamente em ritos religiosos. De acordo com o Evangelho de mateus 2:11, ouro, olíbano e mirra foram os três presentes dados a Jesus pelos Reis Magos que vinham do oriente.”

Em “Wikipédia”


Vejam só as coisas que a gente aprende!!!


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Caminho das Cabras

A lata de tinta estava cheia, os moldes das marcas preparados, os Domingueiros cheios de energia matinal… teve então início (pontualmente, não fossem os 20 km esticar-se) a primeira marcação de trilho pela equipa Domingueiros, com o auxílio da equipa Cabras, tal como combinado!

Partindo de S. Macário, descemos (ainda a motor) até à Aldeia da Pena numa estrada um pouco estreita e com tendência para descer a pique e às curvas… Chegados ao fundo, encontrámos um cenário pitoresco, construído de xisto. Iniciámos o passeio mesmo sem cumprimentar os 10 habitantes da aldeia, tarefa que ficaria para depois.

Metemos pelo “caminho do morto que matou o vivo”. Conta a lenda que um morto, ao ser carregado por alguns companheiros, escorregou pela encosta abaixo e no final passaram a ser 2 a ter de ser carregados… Histórias do arco da velha…

Atravessámos um prado com cavalos a pastar e continuámos por um trilho fresco e verdejante, com um riacho a acompanhar, por vezes ladeado de rochas altas. A certa altura começámos a receber estranhas mensagens via rádio de “Víbora Cornuda” e companhia, que vinham no nosso encalço. Pai Natal e Mocho Branco entraram em linha para tentar decifrar essas estranhas mensagens… Eles estavam a aproximar-se…

Após esta primeira etapa de floresta, chegámos à aldeia de Covas do Rio. Juntámo-nos no largo do coreto, à sombra (já que o sol começava a apertar) e aproveitámos para petiscar. Surgem então Víbora Cornuda & Co., que afinal eram gente boa e foram bem recebidos no grupo! Desta vez foi um coreto o cenário para a foto de grupo!

Atravessámos a aldeia e prosseguimos num caminho entre terras agrícolas, árvores de muitas qualidades e algumas pontes antigas sobre um riacho.

Deparámo-nos mais adiante com uma encruzilhada no caminho, bem assinalada com sinais de trânsito de calibre oficial, que nos mandavam seguir pelo caminho que não queríamos. Resolvemos por isso desobedecer, mas…esbarrámos contra uma propriedade privada, com o dono à porta. Desta vez perdoou-nos e até nos deixou passar a todos… mas à frente tivemos uma prova de obstáculos, com um portão de ferro com altura considerável que foi transposto com sucesso! Medalha de ouro em salto de portões para os Domingueiros.

Na estrada de montanha começaram, a pouco e pouco, a aparecer ranchos de cabras curiosas, que levantavam nuvens de terra nas suas descidas pelos montes. Ao longo do caminho fomos sempre escoltados por essas belas criaturas, com pêlo lustroso e muito fotogénicas. Chegando a uma curva, avistámos ao fundo do vale uma pequena aldeia, ladeada de terras cultivadas, a contrastar com a paisagem mais selvagem em redor – Covas do Monte. Mais uma pedra ficou assinalada com a marca dos Domingueiros – virar à direita.

Descemos (com alguns derrapanços) até entrar na pequena mas moderníssima aldeia, com um Esp@ço Internet num reservatório de milho seco.

Logo apareceu ao balcão uma habitante, antevendo muitos clientes para o seu restaurante! A arca dos gelados ficou subitamente mais vazia. De gargantas refrescadas, saímos da aldeia e iniciámos a etapa final, e a mais dura, com subidas sob um sol escaldante… As cabras não nos deixaram esmorecer, aparecendo constantemente ao longo do caminho.

Saímos de novo do caminho de terra batida e começámos a imitar os caprinos, contornando as pedras e a vegetação rasteira. (Nesta altura a marcas dos Domingueiros transformaram-se em salpicos, devido à escassez da tinta.) A Aldeia da Pena já estava perto…

Ao cair da tarde chegámos finalmente ao nosso destino e ponto de partida. Estava cumprida a missão dos Domingueiros e inaugurado o 1º trilho oficial! Para festejar, abancámos no restaurante da aldeia e houve muita coisa boa para provar – pão, queijo, presunto e chouriço assado quentinho. O dia estava a chegar ao fim…

Um grupo de corajosos, sentindo ainda uma réstia de força nas canelas, resolveu subir a pé o caminho de volta para S. Macário. Teve de ir uma viatura buscá-los (mais um nada e já não os apanhava na subida, tal era a velocidade!) e insistir para que entrassem!

O sol punha-se sobre S. Macário… Tempo de regressar a casa :o).

Nota do Editor:

Como podem constatar, não pudemos contar com a presença das cabras nesta reportagem. Apesar dos nossos esforços não foi possível chegar a um entendimento sobre a repartição da palha. Pelo facto, apresentamos as nossas desculpas.